terça-feira, 1 de julho de 2014

Por Enquanto

          O hoje não será como o ontem. O ontem não será como o amanhã. O amanhã não será como o hoje. Nós vivemos neste constante mudar das coisas. As situações podem ser as mesmas, mas o nosso comportamento diante delas nem sempre será. E é até bom esse cheiro de mudança, esse não firmar-se no chão e não ser como Gabriela que nasceu assim, cresceu assim, é mesmo assim e vai ser sempre assim. O modificar-se faz parte do nosso crescimento como Seres Humanos.
          Eu gosto muito da música Por Enquanto do músico Raul Seixas, que também dá o título para este post, e eu acho que ela diz tudo, sabe? Essa questão do estar tudo assim tão diferente, mas um diferente que a gente sabe que trouxemos algo de antes em nós. E esse algo continua na gente. Nós mudamos, mas sempre carregamos algo. Talvez essa seja a essência do mudar. Nós nos tornamos outro mesmo continuando a sermos os mesmos. E esse processo é tão bonito. O processo que nos moldamos, nos melhoramos, erramos, consertamos, fazemos algo mais, e vamos crescendo, amadurecendo. O bonito de tudo não é nem chegar ao final, é o caminho que fazemos, são as escolhas que estamos mudando.
          Eu tenho 21 anos, quase 22, e já mudei tanto. Eu olho pra trás e eu não sou quem eu fui há dez anos, nem quem fui a um ano. Não sou nem aquele que fui há uma semana, ou até mesmo ontem. Eu mudei. E mudar pra melhor é uma das coisas que devemos priorizar na nossa vida. Mudo continuando a ser o mesmo. Melhoro as coisas que devo melhorar e mantenho aquelas que devem ficar mais estáveis. E isso de olhar pra dentro e me enxergar e retirar tantas teias de aranhas é o que me dá forças pra continuar fazendo isso. Olha só que bonito, é o fazer que me sustenta fazendo e se eu paro fica mais difícil de voltar a fazer, vai dando aquela vontade de parar e de achar que estou bom o suficiente mesmo sabendo que muitas manias devem ser bem trabalhadas para serem deixadas. Tipo como um alcoólatra que nunca deve deixar se policiar.
          E Por Enquanto eu estou assim. Por Enquanto eu faço isso, eu faço aquilo. Por Enquanto as coisas não estão diferente. Mas a partir de hoje eu vou fazer diferente. A partir de hoje eu não faço mais aquilo. E Por Enquanto eu estou melhor, e devo me vigiar, trabalhar sobre isso, para que esse Por Enquanto perdure mais tempo.  E, se por algum acaso, eu regredir ao invés de continuar progredindo, será apenas mais um dia que se passou e outro que eu poderei retomar o Por Enquanto eu vou fazer direito. E é tipo isso, o Por Hoje Sim, por hoje eu vou fazer direito, e Por Hoje Não, por hoje não faço mais o errado. E, sabemos que, mesmo imperfeitos e caindo, nós nos levantaremos. Eu levantarei. Você levantará. Sabe por quê? As coisas ficam diferentes e o pra sempre sempre acaba. 
"Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar que tudo era pra sempre sem saber que o pra sempre sempre acaba?"

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